quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Razão de Ser

Jazz, 
O romântico Jazz.  Quando ouço essas músicas não tenho memórias
Porém, de alguma forma, elas me tocam como se eu as tivesse ouvido tanto, como se eu as amasse por me trazer lembranças, das quais nem sequer existem. Acho que quando eu as entender estarei viva como nunca, e só haverá uma explicação. Um ser. Um amor que é pra ser.

A época dos grandes clássicos do mesmo, apesar do grande preconceito, do racismo e etc, parecia ser um tempo onde o Amor era algo tão valorizado, vivido, comemorado. As vezes me ocorre uma vontade insana de ter vivenciado aquele período, talvez pelo fato de o namoro e o casamento hoje estarem tão banalizados, ou porque ser encontrado pelo amor não é uma tarefa tão fácil, ainda mais com tantas distrações, tanta tecnologia, tanta informação. Antigamente as pessoas poderiam pensar que toda essa revolução tecnológica ajudaria, mas a verdade me parece bem distante desse antigo pensamento. 

Quanto mais leio, quanto mais observo o mundo a minha volta, vejo  o Medo nas pessoas. Apesar da tecnologia nos trazer pra perto dos outros, ela nos promove uma série de tristezas ou felicidades efêmeras.  Como se a cada minuto precisássemos mostrar ao mundo o quanto somos felizes, o quanto possuímos. Parece um surto global, uma doença contagiosa. Isso é assustador, mas inevitável. 

Amar talvez tenha se tornado algo cafona, "démodé" ( ou fora de moda, como preferir), entretanto, as estórias de amor continuam lotando cinemas, teatros. Estranho mas decifrável. Estamos cercados de pessoas e redes sociais e tanta coisa ao mesmo tempo que o mais simples foi deixado de lado. Sim, a razão disso tudo é explicada pela ausência da simplicidade.

Por isso as pessoas assistem filmes e peças, para pelo menos criarem uma esperança de que sentimentos, estórias, e sonhos, ainda possam fazer parte da nossa realidade. Criando assim uma certa ilusão diante da vida ou de um relacionamento, um desequilíbrio talvez. 

Será mesmo que todo mundo está se atirando como 'se não houvesse amanhã'?! Como se o medo de não ser amado fosse destruir suas vidas?! Sobre isso, não posso afirmar nada, por ser apenas uma espectadora dessa obra que chamam de vida. Porém, como todos, possuo uma opinião:

Sonhos, estórias, sentimentos, e ilusão, sempre existiram. Sim, ultimamente as coisas estão bem graves, bem diferentes, mas assim como em todas as épocas, períodos, tempos e estações, dificuldades, anseios, e distrações fazem parte do nosso caminho, do que temos que aprender por aqui. Do futuro nada se sabe, entretanto tudo sempre terá uma razão de ser.

Por Lohana Magalhães